A música 'Poison Tree' de Grouper, uma artista conhecida por suas paisagens sonoras etéreas e vocais assustadores, investiga o crescimento metafórico de uma 'árvore venenosa' dentro de si. A letra sugere um processo de internalização da negatividade e permitindo que ela crie raízes e floresça. O ato de ‘jogar sementes venenosas ao vento’ pode ser interpretado como espalhar pensamentos ou sentimentos nocivos, que então começam a crescer dentro de quem fala, simbolizados pela árvore venenosa.
A invocação repetida da árvore venenosa para “deixe sua flor crescer em mim” e “deixe seu poder crescer em mim” indica uma rendição a esses elementos mais sombrios, quase como se o orador estivesse buscando força neles. Os galhos da árvore 'empequenando' o nome do locutor sugerem ser ofuscados por essa força interna. As imagens do endurecimento do mel e do envenenamento por sussurros ilustram ainda mais a natureza sedutora, porém destrutiva, desse processo. A música parece explorar a complexa relação entre dor e crescimento, tristeza e empoderamento.
A música de Grouper frequentemente explora temas de natureza, introspecção e os limites confusos entre beleza e decadência. 'Poison Tree' continua esta exploração, usando a metáfora natural de uma árvore para representar o crescimento de algo interior que é ao mesmo tempo belo e tóxico. A melodia assustadora e o arranjo esparso da música complementam o conteúdo lírico, criando uma sensação de tranquilidade e desconforto. É uma reflexão sobre o poder transformador das lutas internas e o fascínio ambíguo de nutrir os aspectos mais sombrios.