'Clandestina (Cocaïna Remix)', de Emma Péters, com Edmofo e FILV, é uma narrativa comovente que investiga as histórias sombrias e muitas vezes não contadas das pessoas afetadas pelo tráfico de drogas. A letra da música é apresentada em francês, o que acrescenta um elemento de intimidade e autenticidade à narrativa, já que Péters é uma artista francesa conhecida por seu estilo vocal emotivo e pela capacidade de transmitir emoções profundas por meio de sua música. O título da música, 'Clandestina', que significa 'clandestino' ou 'secreto' em espanhol, sugere a natureza oculta e ilegal do assunto.
A letra de 'Clandestina' pinta um quadro vívido do apelo de uma mulher por amor e do medo do abandono. Ela insiste que não foi tocada por nenhum homem, exceto aquele a quem se dirige, destacando uma sensação de exclusividade e vulnerabilidade. A repetição de “La cocaïna, la cocaïna a pris ma famille” (Cocaína, a cocaína levou a minha família) é um refrão assustador que sublinha o impacto devastador do tráfico de drogas nas famílias e nas comunidades. A menção a Miami, cidade conhecida pela sua ligação histórica ao comércio de cocaína, fundamenta ainda mais a canção num contexto do mundo real, sugerindo que o narrador é um imigrante ou refugiado afectado por estas questões.
A música também aborda temas de perda e as duras realidades enfrentadas por aqueles que são pegos no fogo cruzado da guerra às drogas. Os versos 'Un jour, le feu a pris nos hommes / Parce que d'autres l'ont décidé' (Um dia, o fogo levou nossos homens / Porque outros decidiram) falam da violência e das decisões tomadas por entidades poderosas que resultam no sofrimento de pessoas inocentes. O uso de 'gringos' nas letras aponta para a demanda norte-americana por drogas, que alimenta a violência nos países latino-americanos. 'Clandestina' não é apenas uma história pessoal de luta; é um comentário social sobre as consequências mais amplas do tráfico de drogas e o custo humano muitas vezes esquecido.